Por exemplo, em 1945, o beijo do marinheiro americano e da enfermeira militar no Times Square, em Nova Iorque. A foto de Alfred Eisenstaedt, feita em 14 de agosto daquele ano, era o retrato da descontração retornando às ruas com o fim da II Grande Guerra. Publicada na revista Time, entrou para história. A cena do assassinato do então presidente dos Estados Unidos Joh Kennedy, em 1963 em Dallas, também entrou para história porque mostrava ao mundo algo inesperado e de maneira chocante o trágico momento da morte do jovem líder americano ao lado da bela Jackie, a primeira-dama.
As migrações sempre foram uma tormenta. E agora a situação se agrava, com famílias de baixa renda deixando seus países de origem em busca de vida melhor no chamado primeiro mundo. O resultado se vê nas fotos do sofrimento nas fronteiras, por exemplo, dos Estados Unidos com o México, e na morte de até crianças nos mares da Europa.
Nem tudo, ainda bem, é “inferno”. Em contraste à triste cena do menino turco que se afogou no aceano do Grécia em 2015, anos antes, em 1968, Hollywood ofereceu às telas de cinema o simbólico “2001, uma Odisseia no Espaço” e, em 1982, “O Extraterreste”. As imagens de ficção que os diretores Stanley Kubrick e Steven Spielberg produziram se transformaram em padrão visual de suas épocas. Qual de nós não guarda na memporia a Era do Glamour do cinema, com beleza instigante de Marilyn Monroe? Ou dos clássicos “Doutor Jivago” e da obra de Federico Fellini, estrelada por Mastroianni e Sopgia Loren. Ou John Lennon, o líder dos Beatles, em pose na cama com a namorada nissei Yoko Ono. E mais, do universo Disney, aquele que marcou a infância de bilhões de terráqueos.
A imagem que mais marcou 1966 veio da área da moda, criação da estilista inglesa Mary Quant: a mini-saia. Apresentava não somente uma nova maneira de as mulheres se vestirem, mas, sobretudo, representava novo conceito da liberdade e independência feminina, quebra de tradição, avanço nos costumes. As fotos do novo padrão estético ganharam o mundo e os modelos foram copiados pelas jovens de todas as idades em todos os países.
1969 ficou marcado não somente pela histórica frase “um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade” dita pelo astronauta Neil Armstrong ao pisar o solo do satélite da Terra, distante daqui 400 mil quilômetros, quando desembarcou da nave espacial Apolo 11. Mas também pela incrível chance de permitir a todos os habitantes do planeta ver de perto o solo da lua. Já em 1972, uma fotografia determinou o fim da Guerra do Vietnã. Nick Ut, fotógrafo da Associated Press, mostrou a barbárie do conflito, a menininha despida das vestes e outras crianças correndo para fugir do ataque das bombas de napalm.
Os tanques de guerra barrados por um jovem estudante que protestava contra os abusos do poder na Praça Celestial, em Pequim, na China, foi a foto de destaque de 1989. Em 2001, outras imagens chocantes marcaram a história do mundo. Dessa vez captadas pelas lentes de várias câmaras fotográficas e de vídeo. A queda dos dois edifícios do World Trade Center de Nova Iorque, após o ataque com aviões a jato, comandado por Bin Laden. Lembre-se, foram transmitidas ao vivo pelas tevês para todo o mundo, no fatídico 11 de saetembro.
São, não obstante, inúmeros os acontecimentos importantes em cada ano. Logo, uma profusão incontável de fotografias vem em decorrência para representá-lo. Repare que mesmo no digamos Ano Zero, quando obviamente não havia câmaras, a sociedade usou da imaginação para dar face ao nascimento de Jesus Cristo. Não se sabe até hoje com precisão quando e quem foi o pintor que criou a primeira versão visual da família Maria e José. Mas estão aí ao longo dos tempos os quadros que reproduzem tão histórico momento para a humanidade. Um deles, talvez a representação mais antiga, é “Natividade”, de autor desconhecido, encontrado nas paredes da Catacumba de Priscilla, em Roma, possivelmente concebido no século II. Também na área religiosa, outra foto que chocou o mundo: o misterioso atentado a faca contra o Papa João Paulo II, ferido a faca por um extremista turco quando o Chefe da Igreja cumprimentava fiés na Praça São Pedro, no Vaticano.
No ano de 2000, os Jogos Olimpicos de Sydnei, na Austrália, marcavam o fim do Século XX e era prenúncio de um vindouro terceiro milênio repleto de otimismo e futuros, com a consolidação das modernas tecnologias da informática. A Internet se firmava como nova forma de comunicação para os habitantes da Terra. A partir daí, dava a cada um voz e autonomia para dizer o que bem deseja por meio das redes sociais, blogs, sites etc, por mais longínquos sejam os lugares onde habitam. O dia-a-dia de cada cidadão, de cada empresa e instituições de todos os tipos passava a conviver ainda mais com os ícones digitais.
2020 produziu imagens que jamais sairão da memória geral porque revelam a gravidade da violência no que se refere aos direitos humanos, aos racismos e preconceitos. Dois assassinatos chocaram o mundo: ambos de homens negros. O primeiro, de George Floyd, sufocado até a morte por um policial em Minneapolis, nos Estados Unidos. A segunda, aqui no Brasil, em Porto Alegre, João Alberto Freitas também perdeu a vida após ser espacando por seguranças de um supermercado. Nçao menos grave foram as denúncias vindas por via das imagens: a devastação da Amazônia, a degradação na natureza.
São imagens que vão fixar-se na mente de cada um de nós e que marcam os fatos de cada ano que passa.
Também em 2020, um terrivel fato voltou a impacientar toda a humanidade, o retorno de uma pandemia mortal, a da Covid 19. Uma cruel e fatal reprise da Gripe Espanhola de um século antes. Para conter a contaminação pelo vírus, os cientistas cuidaram de apresentar às populações precauções e cuidados médicos. Primeiramente, o uso de máscaras protetoras. A segunda, a imunização por meio das vacinas. Entre os chefes-de-Estado que não seguiram as recomendações da ciência para o grave problema, estava e está o do Brasil.
Diariamente, desde o início da endemia global, andei com minha câmara pendurada no pescoço em vários locais, retratando cerimônias palacianas e manifestaçãoes de rua, com foco na crise sanitária que nos afetou e ainda afeta. Fiz incontáveis fotos de personagens importantes e pessoas humildes usando sua máscara como maneira de evitar infectar-se. A expressão de sofrimento de cada um. Uma delas foi essa aí.
Nesse mês de dezembro, agora no finalziho do ano, a NASA e as agências espaciais da Europa e do Canadá lançaram o telescópio James Webb. Nada mais moderno que isto. É uma estação não tripulada que vai varrer os céus para colher dados que indiquem a origem do universo, sobretudo imagens, fotografias. Imagine o que vem por aí…
O certo é que hoje, com a chegada de 2022, nosso país sofre com mais de 620 mil óbitos, vítimas da Covid. E em todo os Continentes famílias choram a perda de cinco milhões de vidas. As imagens — sejam fotos, pinturas, ilustrações ou vídeos — é que aproximam os olhos do mundo a tudo o que acontece.