Ao discursar para militantes que a apoiam, a presidente Dilma Rousseff reafirmou que é vítima de um golpe parlamentar. Na data que ficou marcada na história do Brasil pelo suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, ela voltou a dizer que não repetirá o gesto do ex-presidente que tirou a própria vida e que encara o impeachment como o golpe militar que derrubou Jango Goulart, em 1964.
Dilma disse ainda que o mais importante agora é ter esperança.
Hoje o Senado dá início às sessões, presididas pelo ministro do Supremo Ricardo Lewandowski, que podem determinar o afastamento definitivo da senhora Rousseff. Serão ouvidas as testemunhas favoráveis a ela e contra sua permanência à frente do Planalto. Na segunda-feira ela irá pessoalmente ao Congresso defender-se das acusações de ferir a Constituição ao praticar as chamadas pedaladas fiscais.
Em torno de mil pessoas compareceram ao ato de desagravo à Dilma, no Teatro dos Bancários, em Brasília. Estava acompanhada de ex-ministros, colaboradores e admiradores. Pode ter sido sua última presença em atos públicos na condição de presidente da República. Parlamentares do PT e de partidos que a apoiam querem que, na próxima segunda-feira, ela vá em carro aberto do Palácio da Alvorada ao Congresso, à frente da militância.