Mais uma vez se confirma a premissa da conhecida frase do conselheiro Acácio, personagem de Eça de Queiroz no antológico romance “O Primo Basílio “, publicado em 1878: “As consequências vêm sempre depois”.
E vieram.
Após sucessivas críticas à Justiça e a vários de seus magistrados, o ex-deputado Roberto Jefferson, foi preso nessa sexta-feira (13 de agosto) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sob a acusação de “integrar organização criminosa digital”, com ataques diretos à estabilidade democrática.
No despacho de 38 páginas do ministro Moraes consta também a suspeita de financiamento público em favor de Jefferson para essa atividade considerada ilegal.
Roberto Jefferson, que é presidente do PTB, é um dos aliados ferrenhos de Jair Bolsonaro. Empunhando armas de fogo, ele tem divulgado vídeos em suas páginas das redes sociais em que faz várias ameaças. Em um desses filmetes diz, por exemplo, pretender impedir as próximas eleições no caso de o projeto bolsonarista da volta do voto impresso fosse derrotado na Câmara. Foi, por 229 a 218.
São constantes as agressões de Roberto Jefferson às instituições democráticas e incitação à violência. Em outro vídeo, diz que, se fosse, Jair Bolsonaro, fecharia o Supremo Tribunal Federal. Tal como pregam os fãs de Jair Bolsonaro.
Ainda manhã dessa sexta-feira, Jefferson foi levado para a sede da Polícia Federal, no Rio.
Nada a ver com a prisão de Roberto Jefferson, ainda mais pela proporção de importância do fato. Mas os dias 13 de agosto são tradicionalmente marcados por supestições e fatos relevantes da história não somente no Brasil, mas sobretudo no mundo. Por exemplo, a cruxificação de Cristo foi numa sexta-feira, após a traição de Judas, o 13o. discípulo de Jesus presente à ceia da noite anterior.
Por mais que fosse previsível a prisão de Roberto Jefferson, não se esperava que acontecesse nesse agosto, ainda mais no dia 13. Como sabemos, esse mês é marcado por notícias fortes no Brasil, com relação aos presidentres da República. Num 22, em 1976, faleceu tragicamente Juscelino Kubitscheck. Getúlio Vargas cometeu suicídio nessa data, em 1954. E, em 25/10/1961, portanto, há 60 anos, Jânio Quadros renunciou ao Palácio do Planalto.