O Serviço de Protocolo da Presidência da República devolveu maior solenidade à cerimônia de entrega de credenciais dos novos embaixadores de países acreditados no Brasil. Na quarta-feira, o novo presidente, Michel Temer, e o chanceler José Serra, ministro das Relações Exteriores, receberam seis diplomatas estrangeiros no Salão Oeste do Planalto, com formato dispensado por Dilma Rousseff.
A presidente afastada preferia que esse ritual tivesse menor ênfase. Era realizado em espaço bem menor, em uma das três salas de seu gabinete de trabalho, no terceiro andar do palácio. Os diplomatas estrangeiros subiam o elevador e entregavam os papéis diplomáticos. Em seguida, retornavam aos seus automóveis, sem nenhum capricho protocolar.
Agora, com Michel Temer, é diferente. Tal como era em governos anteriores, a cerimônia volta a ter lugar no grande salão de mármore do segundo andar, situado na extremidade oposta ao gabinete presidencial. O destaque do ambiente é o quadro sem título, pintado a óleo sobre madeira de grande dimensão, 14 metros de extensão por cinco de altura, concebida em 1972, pelo paisagista e artista plástico Roberto Burle Marx, falecido em 1994. Foi assim com os novos representantes estrangeiros do Congo, Paquistão, Iraque, Grécia, Namíbia e Croácia. Após breve conversa, sentados com Michel e Serra, as delegações diplomáticas desceram a rampa do Planalto, enfeitada pelos soldados do Batalhão dos Dragões da Independência.
Orlando Brito