Década de 1980: na volta do exílio na Europa, a cantora argentina Mercedes Sosa faz show no Brasil.
Em 1982 os tempos brabos do regime militar já haviam passado, com o processo de abertura política, o fim do AI-5 no período do presidente Geisel, e a Anistia com João Figueiredo. Portanto, depois do período de censura à imprensa, ao teatro, cinema e música, artistas de todos as matizes podiam apresentar suas canções, antes proibidas.
Mercedes Sosa era uma deles. Fazia parte do chamado grupo de artistas democratas da América Latina. Em seu país, dirigido por generais durante década e meia, a artista foi perseguida e teve de exilar-se em Paris e Madri. Só pode retornar a Buenos Aires, às vésperas do governo de Raúl Alfonsín.
Foto-jornalista metido em coberturas de todo tipo, não perdi a chance de ir fotografá-la no Teatro Nacional de Brasília. Ainda me recordo de quando, ao final de sua apresentação, Mercedes agradeceu os aplausos:
– Amigos do Brasil, trago em minha voz a luta pela liberdade.
(Mercedes Sosa morreu Buenos Aires no dia 4 outubro de 2009, aos 74 anos)
Orlando Brito.