Durante o período das cheias — ou seja, no tempo de chuvas intensas — o Rio Solimões recebe um volume de águas tão grande que, mesmo de avião, não é possível enxergar as duas margens.
O Solimões ganha o nome de Amazonas quando passa por Manaus. Certa vez viajei à Amazônia para fazer uma reportagem sobre garimpos. Por isso novamente estava sobrevoando o Solimões. Olhando da janela do aviãozinho monomotor fiquei novamente impressionado com a exuberância da natureza.
As nuvens brancas sobre o verde da floresta e o azul do céu refletido no imenso espelho d’água encantam a todos que sobrevoam Amazônia. Vê-se a aparente infinita dimensão do rio.
Faz lembrar a história que se conta do colonizador espanhol Vicente Pinzón: em meados de 1500 – portanto, o mesmo ano em que Cabral descobriu o Brasil – ele teria navegado o Solimões desde a nascente no Perú (onde o rio se chama Orinoco) até a foz, no Oceano Atlântico. Diz-se que, ao ver tanta água, Pinzón chamou o Amazonas de Mar Dulce.