Mergulhada em crises, a Venezuela vive momentos de perigosa agitação. Temendo agravar-se ainda mais o risco de sua permanência à frente da presidência do país, Nicolás Maduro intensifica sua proximidade com os militares para demonstrar que conta com seu apoio. Nos últimos dias, o serviço de imprensa do Palácio Miraflores tem divulgado fotografias em que ele aparece de braços dados com soldados e oficiais de alta patente em cerimônias nos quartéis.
É crescente a pressão internacional, liderada pelos Estados Unidos – com apoio de dezenas de países, inclusive o Brasil – para que Maduro renuncie. É acusado de exercer um segundo mandato ilegítimo obtido em eleição carregada de fraudes e ilegalidade, no ano passado. A oposição foi às ruas, tendo à frente Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, que proclamou-se presidente também da República.
Com a inflação ultrapassando a um milhão por cento, a situação econômica da Venezuela se agrava. Há desabastecimento de produtos nas prateleiras e a emigração de milhares de famílias que buscam melhores condições de vida em outros países. Para aumentar ainda mais a má situação da economia, os Estados Unidos anunciaram que não mais importarão petróleo venezuelano.
O Tribunal Supremo Venezuelano determinou o congelamento de contas e a saída de Juan Guaidó do país. No mesmo dia, essa quarta-feira, Guaidó recebeu um telefone de apoio do presidente americano Donald Trump. Um avião russo está estacionado no Aeroporto de Caracas. Há rumores de que o grande jato está à disposição de Nicolás Maduro para transportá-lo com seus principais apoiadores para Moscou, caso decida abandonar a Venezuela.
Em uma cerimônia religiosa num quartel próximo da capital Caracas, Nicolás Maduro tomou a palavra e falou para a tropa de dois mil praças e oficiais. Exortou a todos para fidelidade a ele e para uma “grande revolução da moral”. E pediu: – Rezem por mim, peço que me dêem suas bênçãos e peço a paz e o futuro da Venezuela