Pela segunda vez, Luís Inácio Lula da Silva estará frente-a-frente com o juiz Sérgio Moro para depor em mais um processo que responde dentro da Operação Lava-Jato. Tal como foi em seu primeiro depoimento — sobre o inquérito do triplex no Guarujá — também nessa quarta-feira, 13, a Secretaria de Segurança do Estado do Paraná, tomou medidas para evitar eventuais confrontos entre os fãs do ex-presidente e os contrários nas ruas de Curitiba.
Previsto para começar às 14 horas, o depoimento de Lula é cercado de muita expectativa, ainda mais após as declarações de Antonio Palocci, também perante Sérgio Moro, no qual o ex-ministro declara que o ex-presidente participou de atos de corrupção. E também por conta do julgamento de José Dirceu na 8a. Turma do Tribunal da 4a. Região da Justiça Regional Federal de Porto Alegre. Dirceu é acusado de ter recebido 15 milhões da construtora Engevix.
O interrogatório de hoje se destina a ouvir Lula sobre a acusação de ter recebido propina na transação de compra e venda do terreno onde viria ser construída a nova sede do instituto que leva seu nome, em São Paulo. E também de um apartamento próximo de onde mora, em São Bernardo do Campo, de sua propriedade. Embora negue sua participação no caso, o ex-presidente figura nessa ação penal por, segundo os procuradores da Lava-Jato, ter recebido ilegalmente da Odebrecht valores que beiram 13 milhões de reais.
Em torno de mil e quinhentos agentes civis e outros mil policiais militares terão a tarefa de manter a ordem nas ruas e praças próximas ao edifício da Justiça Federal do Paraná. São esperados em torno de dois mil e quinhentos manifestantes pró-Lula, transportados em quarenta ônibus de vários estados.