Luiza Erundina e o xadrez da política

Luiza Erundina, ex-prefeita de São Paulo, agora candidata à vice na chapa encabeçada por Guilherme Boulos, ambos do PSOL - Foto: Orlando Brito

Nem mesmo o PT acreditava na vitória de sua candidata, Luiza Erundina, contra Paulo Maluf na eleição para a prefeitura de São Paulo, em 1988. Ela venceu e se tornou a primeira mulher a governar a capital paulistana. O eleitorado gostou de sua história de vida.

Nascida na pequenina Uiraúna, no sertão da Paraíba, Erundina é filha de uma vendedora de bolos na feira com um agricultor. Com os sacrifícios da família humilde, formou-se em Serviços Sociais em João Pessoa. Mudou-se para São Paulo, fez pós-graduação na USP e retornou para o Nordeste. No início dos anos 1970, no auge do regime militar, foi perseguida por defender seus princípios democráticos. De volta ao Sul, ingressou no Partido dos Trabalhadores e foi trabalhar junto aos favelados. Elegeu-se vereadora e, enfim, foi escolhida prefeita da quarta maior cidade do mundo, com 1.534.547 votos.

Ao findar seu mandato, aceitou o convite do então presidente da República Itamar Franco para se tornar também a primeira petista com cargo de ministro, a Secretaria da Administração Federal, contra a vontade de Luis Inácio Lula da Silva, líder de seu partido.

Hoje, Luiza Erundina é deputada federal pelo PSOL e novamente é candidata à prefeitura de São Paulo na eleição que acontecerá no próximo dia 2 de outubro. Concorre com João Dória Jr, Celso Russomanno, Marta Suplicy e Fernando Haddad, o atual prefeito. Apesar de ter baixa rejeição junto ao eleitorado, está em posição bem desfavorável, segundo pesquisa de intenção de voto do DataFolha.

Orlando Brito

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