História: Dom Avelar, Dom Aloísio e Dom Ivo Lorscheiter, porta-vozes da Igreja

1976. Dom Avelar Brandão Villela, Dom Aloísio Lorscheider e Dom Ivo Lorscheiter, líderes da Igreja, e dirigentes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, na época do regime militar - Foto Orlando Brito
  1. Dom Avelar Brandão Villela, Dom Aloísio Lorscheider e Dom Ivo Lorscheiter, líderes da Igreja Católica, e dirigentes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, na época do regime militar.

Desde os primórdios do governo do marechal Castello Branco até o início da abertura política – em meados do período do general Ernesto Geisel na Presidência da República – a CNBB era, importante instituição na defesa da democracia no Brasil. E seus principais nomes eram os cardeais Avelar – irmão do então senador Teotônio Villela, nascidos em Alagoas – e os gaúchos Ivo e Aloísio, que eram primos.

É verdade que havia na Igreja outras destacadas vozes preocupadas com o destino político do País. Por exemplo, Dom Luciano Mendes de Almeida, arcebispo de Mariana, e Dom Hélder Câmara, de Olinda. Também Dom Paulo Evaristo Arns, de São Paulo, e Dom Antônio Fragoso Pelé, de Cratéus. E ainda, Dom Pedro Casaldaliga, de São Félix do Araguaia, e Dom Tomás Balduino, de Goiás, além de outros.

Porém, eram os três os mais ouvidos, as estrelas daquele momento. Além dos cardeais, alguns padres também cobravam respeito aos direitos humanos, à liberdade de imprensa, à democracia. Formavam o que na época o pessoal da “linha-dura” dos quartéis chamava de “grupo dos liberais vermelhos”.

Consta da história que a Igreja inicialmente apoiou o Golpe de 1964. Mas logo depois, com o endurecimento do regime, foi para oposição aos militares e passou a denunciar as todas as violações da liberdade.

Mas, especificamente sobre essa foto aí: eu trabalhava nO Globo e cobria os assuntos do poder, a Presidência da República e o Congresso Nacional. Tive que sair do Planalto e chegar a tempo de fotografar os três cardeais durante a entrevista que davam na sede Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

A CNBB, aliás, era um setor que a imprensa emprestava a maior atenção porque era das poucas entidades, ao lado da ABI-Associação Brasileira de Imprensa e OAB-Ordem dos Advogados do Brasil, a apontar e denunciar irregularidades, abusos, crimes.

Dessa vez, os porta-vozes da Igreja convocavam os jornalistas para dizer do repúdio à morte do operário Manuel Fiel Filho, em uma cela do DOI-CODI, em São Paulo, em janeiro de 1976.

 

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