Segundo reza a Constituição, o presidente do Supremo Tribunal Federal é quem deve conduzir as sessões do processo de impeachment no Senado de um presidente da República. Por isto é que recai sobre o ministro Ricardo Lewandowski, agora no julgamento do afastamento de Dilma Rousseff do comando da Nação, a tarefa de sentar-se à mesa diretora do Congresso Nacional.
Em 1992, o mesmo aconteceu quando do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, levado a julgamento no plenário do Senado. Naquela vez, coube ao ministro Sidnei Sanches, também do STF, a responsabilidade de presidir a sessão do Senado.
Vinte e quatro anos depois, o impeachment de um presidente volta a acontecer no Brasil. Hoje, Dilma Rousseff é acusada de ferir a lei no uso das chamadas pedaladas fiscais. No caso de Fernando Collor, a crise não foi menor, com denúncias de corrupção.
Em breves dias o Brasil verá o desfecho do impeachment de Dilma. Há quem aposte que a presidente conseguirá reverter a situação a seu favor quando ocupar a tribuna do Senado para defender-se. Existem também aqueles que esperam sua renúncia. Improvável, mas pode acontecer. Há também quem conte como certa sua cassação. Na principal cadeira do Palácio Planalto hoje está o vice Michel Temer. Com Collor, foi Itamar Franco.
No dia em que o Senado fazia a sessão final que definiria a perda do seu mandato, Fernando Collor enviou por meio de seu advogado uma carta renunciando à Presidência. Ele perdeu o mandato e ficou oito anos inelegível. Recorde-se que Lula, José Dirceu e José Genoíno , expoentes do PT , foram também expoentes a favor da saída do então presidente. Depois, absolvido pelo Supremo, Collor readquiriu seus direitos políticos e hoje é senador por Alagoas já por duas vezes.