Fotojornalismo brasileiro perde o grande Gervásio Batista

Tenho o doloroso dever de comunicar a perda de um dos profissionais de imagem mais admiráveis e notáveis do fotojornalismo brasileiro: Gervásio Batista. Após de anos a derrotar vários achaques da idade, chegou a hora da partida do querido amigo, aos 97 anos.

Baiano, Gervásio começou na profissão em Salvador ainda rapazola. A convite do lendário Assis Chateaubriand, de O Cruzeiro, mudou-se para o Rio. Depois, transferiu-se para a revista Manchete, de Adolpho Bloch. Tornou-se também uma lenda da fotografia, numa bela carreira no jornalismo que construiu clic a clic, com fotos que marcaram a história do Brasil. Depois, trabalhou com os presidentes Tancredo Neves e José Sarney.

Gervásio Batista brilhou em todas as coberturas que fez, fotografando fatos e personagens. Viagens à Amazônia, ao país inteiro  e mundo a fora, de concurso de misses a conflitos sociais e políticos. Por exemplo, a importante foto que fez do Presidente Juscelino Kubitschek com o chapéu de feltro em frente ao Congresso, na epopeica era da inauguração de Brasília. E também da sequência da atriz Vanja Orico sendo presa por soldados no Centro do Rio quando pedia passagem para a manifestação contra o regime militar, em 1968.

Nos últimos anos, o querido Gervásio mora no Espaço Sênior, no Bairro de Vicente Pires, em Brasília, caprichosamente cuidado pelos gestores da casa, Jucilene e Luiz, a quem, aliás, devoto aqui os meus agradecimentos. Gervásio Batista era sempre visitado. Com os amigos Hermínio Oliveira, Sérgio Lima, André Dusek, Eugênio Novaes e outros tantos jornalistas íamos com frequência estar com ele.

Meus mais sinceros sentimentos e minhas maiores homenagens. Gervásio parte para outro plano no Universo, mas deixa aqui no nosso planeta três filhos — Selma, Júlio e Aristides — um sem fim de admiradores, amigos e um trabalho referencial para a fotografia brasileira.

 

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