Em 1985 José Sarney assumia a Presidência da República. Com a morte de Tancredo Neves, o vice subia a rampa do palácio com o propósito devolver ao país atmosfera democrática depois de 24 anos de regime militar.
Sarney chegava ao poder com a Anistia decretada em 1979 e elaborada e promulgada pelos generais Geisel e Figueiredo, seus antecessores no Planalto.
Com a Presidência do Brasil de volta ao comando de um civil, brasileiros exilados no Exterior, agora anistiados, puderam retornar. José Sarney fazia questão de receber no seio do poder nomes que ficaram alijados da política durante anos. Um deles era João Amazonas, que vemos aí na foto, em frente ao Palácio da Alvorada.
Em 1935 João Amazonas descobriu a política. Entrou para a Aliança Nacional Libertadora e logo depois no Partido Comunista do Brasil. Fez curso de marxismo-leninismo em Moscou, participou do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética. Dedicou sua vida à luta revolucionária.
Elegeu-se deputado para a Constituinte de 1945, ele que já havia sido preso pela ditadura de Getúlio Vargas, no início do Estado Novo. Com o Golpe de Estado de 1964, tornou-se um dos líderes de esquerda mais procurados do país e passou a viver na clandestinidade. Era acusado de ser um dos idealizadores da Guerrilha do Araguaia. Jamais foi localizado. Ainda assim, comandou o PCdoB até o fim do Regime Militar.
Nascido no Pará, João Amazonas de Souza Pedroso morreu em 2002, aos 90 anos, em São Paulo.
Orlando Brito