Os advogados de Lula não obtiveram êxito nas liminares que encaminharam ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça. Viram esgotar o prazo para o ex-presidente apresentar-se às autoridades para cumprir prisão, o que aconteceu no começo da noite desse sábado.
Antes, pela manhã, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, Luís Inácio assistiu à missa pela aniversário de Dona Marisa Letícia, que faria 67 anos. No final, usou do microfone para falar a militância. Disse que está condenado injustamente, por conta da imprensa. Atacou os desembargadores e o juiz Sérgio Moro.
À noite, partiu para começar a cumprir a pena que recebeu da justiça de 12 anos e mês por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Por determinação do juiz Sérgio Moro, o ex-presidente ficará em uma sala diferenciada, no quarto andar da sede da Polícia Federal, em Curitiba. Tem janelas, mas não com vista para a rua e sim para o pátio interno do edifício. Possui grades, porém sem características de cela. Há banheiro, uma cama e uma pequena mesa. Nesse caso, serão servidas três refeições diárias, em marmitas. Os talheres são de plástico. A área é de quinze metros quadrados. É, na verdade, o local onde ficam alojados delegados e agentes policiais que viajam para a capital do Paraná em cumprimento de alguma missão.
Em sua ordem de prisão, Sérgio Moro ressalta que concede a Luís Inácio condições diferenciadas de detenção, em respeito ao cargo que ocupou, o de presidente da República. No mesmo prédio estão presos outros nomes processados pela Operação Java-Jato, como Antonio Palocci, que foi ministro nos governos Lula e Dilma Rousseff. Lula terá direito a duas horas de banho de sol, em horários que não coincidam com a presença de outros detentos. Poderá ter encontros com advogados numa ante-sala e receber visita de parentes.