Esplanada dos Ministérios, espaço democrático para todas as manifestações

A Praça do Povo acolhe manifestações sobre todos os temas - Fotos Orlando Brito

Manifestação contra maus tratos aos animais domésticos, no gramado em frente ao Congresso. Terça-feira, 08 de setembro de 2020.

Jornalista que cobre os fatos da chamada seara do poder há muitos anos, não deixo de dar atenção a tudo que vejo no gramado em frente ao Congresso Nacional. É, provavelmente, um dos locais que mais acolhe manifestações democráticas em todo o mundo.

O espaço é, digamos, o coração da Capital do Brasil, aonde estão os ministérios que compõem o governo. Metros além, na Praça dos Três Poderes, localizam-se o Supremo Tribunal Federal — a casa que deve cuidar da precisão da Justiça — e o Palácio Planalto, onde despacham os senhores ou senhoras que presidem a República. Mas, sobretudo, está o simbólico edifício do Congresso Nacional.

Manifestação de apoio ao presidente – Foto Orlando Brito

Quando o presidente Juscelino Kubitscheck, nos idos dos anos 1950, decidiu pela criação de uma nova capital para o Brasil, fez questão de recomendar ao urbanista Lúcio Costa e ao arquiteto Oscar Niemeyer que dessem prioridade no projeto da cidade lugar que garantisse às pessoas toda liberdade de expressão e às instituições o direito de manifestarem-se. O genial trio de criadores de Brasília exprimia, assim, o apreço pela democracia.

Representantes de todas as categorias da sociedade sempre usam esse espaço – também chamado de Praça do Povo – para defender suas causas e protestar contra tudo. Em outros países há também locais preferidos pelos manifestantes para o mesmo fim. Por exemplo, o Hyde Park, em Londres; Washington Square, em Nova Iorque; a Praça da Bastilha, em Paris. A a Praça Tahrir, no Cairo, o Zocalo, no México etc.

Outra manifestação, esta de contrários a Jair Bolsonaro – Foto Orlando Brito

Em Brasília, é raro o dia em que não haja um protesto de alguma categoria da sociedade. São funcionários públicos, índios, sem-terra, fazendeiros e agricultores, estudantes, professores, médicos, procuradores, policiais, desempregados, religiosos, o pessoal da direita e da esquerda e, enfim, vozes contra e a favor do governo. Todas reivindicando direitos. Sem falar das carreatas e passeatas, das caravanas organizadas por sindicatos que chegam a Brasília, oriundas de vários estados do País.

Autorizadas ou não pela polícia, as manifestações têm de obedecer às normas estabelecidas pela polícia de não instalação de tapumes, arquibancadas, palanques, tendas ou quaisquer peças que impossibilitem o acesso ou a vista do Parlamento. Evidentemente, essa regra nem sempre é observada.

Mas há também aquelas que, ao contrário de lotar a praça de pessoas, usam o visual para comunicar suas aflições. Como essa aí, organizada por um grupo de pacifistas que pedem a aprovação de uma lei que puna aqueles que usam de maus tratos contra os animais. Um punhado de cartazes amanheceu fincados no grande gramado da Esplanada dos Ministérios, em frente â Câmara e ao Senado. E é mesmo o lugar adequado para tal. Afinal, é Casa que abriga os parlamentares, legítimos representantes da sociedade.

OrlandoBrito

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