Em clima de festa, o MDB confirmou o nome do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como seu candidato ao Palácio do Planalto nas eleições de outubro próximo. Lá estavam vários caciques do partido, entre eles o presidente Michel Temer, o ex José Sarney, vários ministros, senadores, deputados, governadores, prefeitos e líderes regionais.
O presidente do MDB, senador Romero Jucá, anunciou que Meirelles obteve 85 por cento dos votos dos 419 convencionais e lamentou a existência de dissidência dentro da legenda que contesta a candidatura do ex-ministro da Fazenda. Referia-se a Renan Calheiros, por exemplo, que chegou cedo à convenção para angariar votos contra a escolha de Meirelles.
Em seu discurso de saudação ao escolhido do partido, o presidente Michel Temer disse: – Se o Meirelles fez em dois anos tanto bem para o País, imagine o que fará em quatro! E arrematou, destacando ser o candidato do MDB o nome ideal para por em prática o “projeto de levar em frente as mudanças que o Brasil precisa“.
Após a apresentação de um vídeo com fotos históricas de Ulysses Guimarães e outros personagens e momentos do MDB, Henrique Meirelles dirigiu-se à platéia. Criticou adversários que “ao invés de aceitar a união, preferem as criticas sem medida“. E garantiu que, se eleito, vai trabalhar intensamente para que o Brasil volte a alcançar a meta de 4 por cento de crescimento e que a criação de empregos será também meta primordial.
A convenção teve fim com uma chuva de papel picado sobre Henrique Meirelles que, pela primeira vez, se mostra em público com a esposa, Eva. Militantes emedebistas cercaram o candidato e, juntos, cantaram o jingle da campanha: “Chama, chama, chama o Meirelles. Chama que ele tem a solução. Chama a honestidade e a coragem, que tem pulso para mudar a direção“.
Com a definição de Meirelles no MDB, fica praticamente completo o quadro de candidatos e alianças partidárias para os pretendentes à sucessão de Michel Temer.
Nesse sábado o PSDB também confirmará Geraldo Alckmin, como seu concorrente ao Palácio Planalto. O ex-governador de São Paulo chegará às urnas com o apoio de “centrão”, bloco de vários partidos que nas duas ultimas semanas aderiram à sua campanha. A saber, o PRB do ex-ministro Marcus Pereira juntou-se ao PP de Ciro Nogueira, ao PR de Valdemar Cosa Neto, ao Solidariedade de Paulinho da Força, ao DEM de ACM Neto, ao PSD de Gilberto Kassab e ao PTB de Roberto Jefferson .
Também no sábado, Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, será confirmada por unanimidade candidata à Presidência. No PT a situação não é tão simples. O Partido dos Trabalhadores confia na liberdade do ex-presidente Lula, preso na Polícia Federal de Curitiba, para que, livre, possa concorrer ao Planalto.
Nos últimos dias outros partidos também realizaram suas convenções e definiram seu destino rumo às urnas. O PCdoB escolheu Manuela D’Ávila. O PSL, Jair Bolsonaro. O PDT, Ciro Gomes. O PSOL, Guilherme Boulos. Álvaro Dias, do Podemos, é por enquanto o único dos candidatos com companheiro de chapa já definido: Paulo Rabello de Castro, que abriu mão de sua pretensão de chegar ao Planalto para ser vice de Álvaro.
As convenções nacionais não ficam restritas, porém, à escolha definitiva dos presidenciáveis, mas também aos concorrentes aos governos estaduais, à Câmara Federal e ao Senado. Nesses últimos momentos que precedem ao prazo final estipulado pela lei para que as definições se façam, há tentativas de alianças que podem ainda alterar o cenário eleitoral tanto plano federal, quando estadual e regional.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, presidido pelo ministro Luiz Fux, em torno de 147 milhões de brasileiros estão aptos a votar, distribuídos nos 5560 municípios dos 27 estados da federação e do Distrito Federal. São Paulo, em primeiro; Minas, em segundo, e o Rio de Janeiro concentram a maioria dos eleitores.