Trinta e quatro, mais de quatrocentos pessoas desaparecidas e danos ainda imprevisíveis ao meio-ambiente. Esse é o saldo até agora resultante da tragédia decorrente do rompimento da Barragem do Feijão, no córrego afluente do Rio Paraopeba, no município de Brumadinho, em Minas Gerais, que faz parte do complexo de exploração da Mineradora Vale. É possível que o número de vítimas fatais aumente à medida que o trabalho de resgate se desenvolva. É ainda prematuro prever com precisão dos dramas humanitários e as consequências ao meio-ambiente, fauna e flora.
O rompimento da Barragem Feijão, aconteceu pouco depois das 13 horas da sexta-feira. Com a queda da barreira de contenção, a imensa enxurrada de água contendo 13 milhões de rejeito de minério e inundaram as terras a rio a baixo. A inundação causou destruição de residências e soterrou propriedades rurais, de hortas e residências.
O volume de água com resíduos químicos também fez ceder uma ponte da linha férrea. Soldados do Corpo de Bombeiros, da Força Nacional, integrantes da Defesa Civil, equipes de atendimento médico estão na região, com suporte de ambulâncias, enfermarias de campanha e aeronaves militares. Ainda não se sabe com precisão a extensão dos danos ambientais nem a dimensão dos dramas humanitários.
Calcula-se que mais de 200 pessoas estejam ainda desaparecidas e, por isto, as buscas se estendem por uma área de dez quilômetros do rio. Há notícias de famílias ilhadas, sem comunicação. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, diz que a localização de corpos soterrados necessita de tecnologia mais precisas e, por isto, pediu ao presidente Bolsonaro ajuda de técnicos de Israel.
Ambientalistas acusam a Mineradora Vale de negligência na exploração e nos cuidados com as medidas de emergência para eventuais acidentes como esse. E dizem que o desastre de Brumadinho já supera em tudo a tragédia de Mariana, ali perto, em 2015.
Na manhã desse sábado, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou de helicóptero a área do desastre, em companhia de ministros que têm relação com o assunto. Determinou a colocação de toda infraestrutura do Governo Federal para ajudar a no atendimento, minimizar os danos ao meio-ambiente e humanitário. Em sua página do Twitter, publicou um post: — É difícil ficar diante de todo esse cenário e não se emocionar.