Segue o problema Venezuela. Na verdade, uma crise institucional que resulta em enorme drama para milhões de pessoas. Cresce a pressão de vários países para que Nicolás Maduro deixe o poder e seu lugar no Palácio Miraflores seja ocupado pelo deputado Juan Guaidó que, como se tem dito, autoproclamou-se presidente do país.
Os conflitos tomaram conta da Venezuela, seja na capital Caracas, onde está o presidente Maduro, seja em outras cidades e nas fronteiras com a presença de Gauidó. Há confrontos entre os apoiadores de um e de outro, com número impreciso de mortos e feridos. Luta entre civis e militares da Guarda Nacional Bolivariana.
A situação da Venezuela entrou para a lista de atenção de vários países, especialmente, da América Latina, mas movida principalmente pelo governo dos Estados Unidos, com Donald Trump à frente, pressionando aliados a aderirem ao seu propósito de ação que use a força militar. Algumas nações unem-se à causa, contudo com as tais ajudas humanitárias contribuindo com caminhões carregados de alimentos e medicamentos.
Observadores da chamada conjuntura internacional dizem que está passando a hora de a ONU entrar no assunto. Sua posição até agora de somente à distância acompanhar o que acontece está beirando a omissão. No Peru, o Grupo de Lima, composto por presidentes, vices e chanceleres de 12 países — entre eles o ministro brasileiro Ernesto Araújo –, reúne-se nessa segunda-feira para tratar especialmente da crise na Venezuela.
O próprio Juan Guaidó está presente. Os vices Hamilton Mourão e Mike Pence representam os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump. Não se sabe ainda quais sanções serão definidas contra o governo Maduro após a reunião, supervisionada pela OEA. O Brasil, por exemplo, adota posição de cautela e ponderação, apoiando a ideia de buscar solução na via diplomática e não em possíveis ações militares, o que poderia ter consequências imprevisíveis.
Enquanto isso, nas ruas o clima é de batalha. Tropas ainda fiéis a Nicolás Maduro cumprem ordens de defender ações que lhe pareçam interferência nos destinos da Venezuela. O resultado é o confronto entre civis e militares. A estimativa é que haja mais de duzentos feridos e que o número de mortos já ultrapasse a trinta.
Em Santa Elena do Uairém e Pacaraima, e Ureña e Santander, cidades nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia, há crescente deserção de soldados e militares de baixa patente do exército bolivariano. Até o prefeito Emilio Gonzalez, da pequena Gran Sabana, abandonou o cargo e exilou-se em Roraima.