Protegendo-se do sol com um chapéu de aba média, vestindo terno marrom claro e evitando pisar o tapete estendido para o presidente da República, o príncipe Dom Pedro Gastão – herdeiro da coroa brasileira, neto da princesa Isabel e bisneto de Pedro II – segue para o avião da FAB na Base Aérea de Brasília, levando sua própria maleta. 1987.
Como foi – Como reza o cerimonial, os convidados para uma viagem com o presidente da República sempre embarcam antes dele, para quem é estendido um amplo tapete vermelho. Dom Pedro Gastão aceitou a carona do então presidente do Brasil, José Sarney, para voltar ao Rio, de onde seguiria para Petrópolis.
Na noite anterior, eu o tinha fotografado no Itamarati, pois o príncipe era um dos presentes no banquete de honra em homenagem ao presidente de Portugal, Mário Soares, que visitava o país.
Evidentemente, nenhum passageiro, por mais ilustre que seja, pode ter acesso ao avião sem constar da lista. E não foi diferente com aquele que poderia ter sido imperador do Brasil, caso a Monarquia não caísse, em 15 de novembro de 1889.
Mas aposto: seu nome na relação estava bem mais simplificado do que na verdade o era: Pedro de Alcântara Gastão João Maria Filipe Lourenço Humberto Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Dobrzensk de Dobrezenicz.
OrlandoBrito