A surpreendente manchete do Estadão sobre o ministro da Defesa, Wálter Braga Netto, procovou ondas de maremoto na democracia brasileira. Segundo a notícia, o general enviou por meio de um intermediário um aviso ao presidente da Câmada dos Deputados, Arthur Lira: se não houver voto impresso, auditável, na próxima eleição, esta não acontecerá. É crise que resulta das contumazes manifestações de Jair Bolsonaro contra o voto digital.
Em uma cerimônia pela manhã com a presença de Jair Bolsonaro, o próprio Braga Netto negou a notícia lendo uma nota: “Em relação à matéria publicada em veículo de imprensa, no dia de hoje, que atribui a mim mensagens tentando criar uma narrativa sobre ameaças feitas por interlocutores a Presidente de outro Poder, o Ministro da Defesa informa que não se comunica com os Presidentes dos Poderes, por meio de interlocutores”.
O vice Hamiton Mourão, ao chegar à solenidade, perguntado sobre o fato, exclamou: – Invenção!. Mais tarde, “Não Somos uma república de bananas. Outro general, o palaciano Luíz Ramos bradou: É Mentitra!
O deputado Lira repetiu o general Ramos. Lacônico, mais tarde acrescentou: “A despeito do que sai ou não na imprensa, o fato é: o brasileiro quer vacina…”. O senador Rodrigo Pacheco também divulgou nota: “As eleições de 2022 são inegoviárveis”. O ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo, e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, publicou em seu Twitter:” Conversei com o Ministro da Defesa e com o Presidente da Câmara e ambos desmentiram, enfaticamente, qualquer episódio de ameaça às eleições. Temos uma Constituição em vigor, instituições funcionando, imprensa livre e sociedade consciente e mobilizada em favor da democracia”.
Bolsonaro não disse palavra sobre. Nem o presidente do STF, Luiz Fux. O jornal manteve a informação que publicou na primeira página.