Desta vez Marconny Albernaz de Faria não tentou, mais uma vez, driblar sua ida à CPI da Covid. Compareceu na hora marcada para depor perante os senadores que apuram suspeitas de compra ilegal de vacinas durante a pandemia. Chegou como testemunha e saiu na condição de investigado. Apresentou habeas-corpus da Justiça para não responder às perguntas que, a ser ver, pudessem incriminá-lo.
Seu depoimento teve poucas respostas objetivas, foi repleto de contradições e imprecisões. Mas, ainda assim, o que disse aumentou as suspeitas sobre seu envolvimento na compra das vacinas Covaxin, por meio da empresa Precisa, a qual Marconny era representante.
Os senadores apresentaram diálogos dele com Jair Renan e a mãe, Ana cristina Valle — filho e ex-esposa de Bolsonaro. Foram revelados trechos de conversas por meio comunicação digital em que mãe e filho tentam indicar para cargos no governo federal nomes que teriam relação com a transação.
O relator da Comissão, senador Renan Calheiros, ao fim da sessão, após respostas e não respostas desconexas e ilógicas, disse que este foi até agora o depoimento mais cínico de toda a CPI.
Os parlamentares da base governista na CPI vão tentar anular a convocação de Ana Cristina Valle — resultado de um requerimento do senador Alessandro Vieira –, com a alegação de que isto não tem a ver com o objetivo da Comissão.