O reverendo Amilton Gomes de Paula foi parar na bancada da CPI da Pandemia do Senado por ter sido citado pelo cabo da PM de Minas Luiz Dominguetti de intermediar a compra de vacinas contra a Covid entre a empresa Davati e o Ministério da Saúde. É um dos personagens suspeitos de participar e lucrar com o esquema milionário de propina decorrente do superfaturamento na aquisição dos imunizantes na gestão do general Eduardo Pazuello à frente da pasta.
Seu depoimento marcava a volta, nessa terça, do recesso da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga irregularidades e a má condução de autoridades federais na condução da gestão da pandemia no Brasil. O reverendo é o fundador da organização não governamental intitulada Senah-Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, uma versão da igreja evangélica criada para atuar em negócios de lisura duvidosa.
O pastor Amilton de Paula começou declarando-se inocente das acusações. Porém, à medida que a sequência de perguntas dos parlamentares foi acontecendo veio também uma série de respostas carregadas de contradições, embaraços, confusão, insinceridades, superficialidade e lacunas. Terminou de maneira lamentável e constrangedora. Com o reverendo a dizer-se arrependido, a ir às lágrimas e a pedir perdão ao povo brasileiro por ter participado, por tentação e indução de más companhias, em pecado moral.