O coronel Élcio Franco, atualmente assessor especial do Gabinete Civil da Presidência da República, foi o secretário Executivo da Ministério da Saúde no período em que o general Eduardo Pazuello esteve à frente da pasta. Durante muito tempo era quem apresentava o andamento e decisões que o Governo Federal imprimina na condução da pandemia. Por esta razão, foi convocado pela CPI da Covid para depor no Senado.
Assim como outros depoentes, o coronel Élcio Franco foi contraditório. Disse, por exemplo, que o fato de o Governo Federal não apressar-se na aquisição de imunizações para distribuição à população em 2020, deveu-se à razão de ainda não haver por parte da ANVISa-Agência Nacional de Saúde Sanitária conclusão sobre a fase 3 de análise do produto. E, assim, havia o receio de que estivesse adquirindo um “cemitério de vacinas”.
Segundo Élcio Franco, não houve negacionismo enquanto o general Pazuello e ele estiveram no comando do Ministério da Saúde. O coronel disse também que a compra de medicamentos para o chamado tratamento precoce — a hidroxocloroquina, por exemplo — deu-se para atender aos casos de malária. Não há, entretanto, a existência de outro surto comparável e seja mais urgente e prioritário no Brasil que o do Coronavírus.
Para vários senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito o depoimento de Élcio Franco evidenciou a preocupação de blindar Jair Bolsonaro, um defensor contumaz da não vacinação e do uso de medicamentos não reconhecidos pela ciência como eficazes para a cura da Covid. E também do não uso de máscaras como precaução para o contágio pelo Coronavírus, bem como as medidas de lockdown adotadas por governadores e prefeitos.