Somente na volta do recesso parlamentar da Câmara Federal, no dia 2 de agosto, é que os deputados irão apreciar no Plenário a denúncia contra o presidente Michel Temer, enviada pelo ministro do Supremo, Edson Fachin, e elaborada pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.
Passada a etapa do processo pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara — quando os deputados aliados de Temer derrubaram o relatório de Sérgio Zveiter, que acolhia a denuncia, e aprovaram de Paulo Abi-Ackel, rejeitando o pedido do STF –, o tema segue para a apreciação do conjunto de 513 deputados. E é justamente ai que residem dúvidas, esforços e decisões.
Para que a denúncia contra o presidente da República tenha andamento, é preciso cumprir o preceito regimental de ser apreciada em sessão que registre presença de pelo menos 342 deputados, ou seja, dois terços do total de parlamentares da Casa. E mais, o processo contra Michel Temer só terá andamento se esse mesmo número for maior em forma de votos.
Ou também, o processo contra o presidente Michel Temer será arquivado caso obtenha 171 votos a seu favor ou se a oposição não conseguir botar em plenário os tais dois terços de parlamentares para que a sessão se realize. O governo garante que tem votos o suficiente para isto. A oposição diz o contrário. A ver.
Rodrigo Maia, presidente da Câmara, a quem cabe constitucionalmente conduzir os trabalhos, é também o primeiro nome na linha de sucessão de Michel Temer. Diz em todas as entrevistas que sua conduta será estritamente dentro do que prevê a legislação. E que, por bom senso, manterá equidistância adequada dos personagens envolvidos no assunto.
Agora, com o recesso do Congresso, o Salão Verde da Câmara, habitualmente frequentado por parlamentares, é local de visitação. Com as férias do mês de julho, famílias aproveitam para conhecer o cenário onde durante todo o ano desfilam grandes nomes da política.