O pôr do sol é, em geral, belo em todo lugar do planeta. É em Veneza, na Itália; no deserto do Egito ou nas geleiras do Alaska. Na carioca Ipanema, por exemplo, é tão bonito que as pessoas de tão comovidas batem palmas para a luz do ocaso do dia. Na Praia do Jacaré, em João Pessoa, é igualmente encantador. Visual tão agradável que a prefeitura promove a “Hora da Ave Maria”, às seis da tarde, ao som do Bolero de Ravel executado pelo saxofonista Jurandy.
Mas o pôr dosol de Brasília é exuberante, de beleza extrema. Tão encantador que virou moda. Para fugir dos rigores das quarentenas da pandemia, famílias, casais de namorados, turistas e atletas correm para, ao ar livre, observar o crepúsculo. O cruzeiro onde realizou-se a primeira missa da Nova Capital — ali atrás do Memorial JK — é o cenário predileto para apreciar a cena. Eu mesmo passei por lá e não resisti. Fiz essas duas fotos aí.
A impressão é de que o espetáculo da natureza é tão grande que não cabe somente em um lado do céu. Extravasa para o extremo oposto do horizonte.
Lembrei-me da famosa frase de um dos criadores de Brasília, o urbanista Lúcia Costa:
— O mar de Brasília é o céu!