O IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística acaba de divulgar novos números do censo populacional do Brasil. Agora somos quase de 208 milhões de habitantes, espalhados nos 27 estados e no Distrito Federal. Aliás, um dos dados que mais surpreende é justamente a quantidade de moradores de Brasília.
A capital do País, segundo a pesquisa do IBGE, chegou nesse ano a 3 milhões de residentes. Na verdade, esse número se refere aos moradores do Plano Piloto, das chamadas cidades-satélites e condomínios residenciais. Porém, se consideramos o chamado entorno, que compreende a denominada Região Integrada de Desenvolvimento DF, ou seja, as vizinhas cidades de Goiás, essa quantidade chega a 4 milhões e 400 mil pessoas.
Segundo essa nova estatística, o Distrito Federal passa a ser o terceiro núcleo habitacional do Brasil, com Salvador em quarta posição. O primeiro lugar segue sendo o estado de São Paulo, com 45 milhões. E o menor, Roraima, com pouco mais de 520 mil habitantes. O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, considerado um dos melhores do mundo, é o terceiro de maior movimento do País, com 14 milhões de passageiros por ano, atrás somente de Congonhas e Guarulhos.
Brasília, porém, assim como a grande maioria de outras cidades dos estados, encontra problemas de infra-estrutura na área de transporte, segurança, saúde. E, em alguns casos, de ordenamento urbano, como se vê nessa foto aí da “floresta” de prédios de Águas Claras, com o Guará e o Park Sul em primeiro Plano, feita do alto da Torre de Tevê.
A marca de Brasília continua sendo as abundantes áreas verdes, com árvores frutíferas plantadas ao longo das pistas e quadras, mesmo com os baixos índices de chuva. As áreas de lazer também são outra grande atração da nova capital do Brasil, seja no Lago Paranoá ou nos eixos do Plano Piloto, ou nos parques das satélites.
Como demonstra o censo do IBGE, a cidade idealizada por JK — que nasceu dos traços do arquiteto Oscar Niemeyer, do urbanista Lúcio Costa e da beleza dos jardins do paisagista Burle Marx — extrapolou em muito a previsão de sua estabilidade demográfica. Nos idos de 1960, os cálculos que se faziam é que Brasília estaria somente agora com população em torno de dois milhões de habitantes. Mas o mundo mudou, o Brasil mudou. Nem por isso, porém, deixa de ser aprazível, agradável e acolhedora.