Jair Bolsonaro está em Roma. Foi participar na Conferência do G-20, organizada pela ONU e que reúne representantes dos 19 países de maior poder enonônômico do mundo. Antes da primeira reunião da cúpula e da pose para a foto oficial do evento, conversou rapidamente com o presidente Tayyp Erdogan, da Turquia. O jornalista brasileiro Jamil Chade, do UOL, estava lá e gravou o que disse:
— A Petrobrás é um problema. Temos um programa de quebra de monopólio. A reação é muito grande. Até há pouco tempo, era empresa de partido político;
— A economia está voltando bem forte;
— A mídia como sempre, me atacando;
— Eu tenho um apoio popular muito grande;
–Temos uma boa equipe de ministros. Não aceitei indicação de ninguém. Prestigiei as Forças Armadas. Um terço dos ministros são militares;
— Não é fácil ser chefe-de-Estado em qualquer lugar do mundo.
No papo do vídeo que durou menos de três minutos com seu colega Erdogan, Jair Bolsonaro desconheceu a realidade das ruas no Brasil. Não disse que acabou de ter problemas com suas contas nas redes sociais por divulgação de fake news. E não citou também o alto preço do dólar, base de correção do preço para vários produtos; os valores dos cumbustíveis; a subida custo de vida; a aceitação de nomes indicados por partidos para a composição de seu ministério. Nem os índices das pesquisas, que não refletem o quadro traçado por ele de mesmo si mesmo para o presidente da Turquia.
Além de Jair Bolsonaro, estão na capital italiana presidentes, primeiros-ministos e delegações da Arábia Saudiata, Alemanha, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia. Também da União Europeia. Representam 60 por cento da população do planeta e 80 por cento do PIB mundial.
O russo Vladimir Putin e chinês Xi Jiping não foram a Roma. Participam da conferência por via remota, em transmissão pela Internet. Mas o americano Joe Biden, o argentino Alberto Fernandez, o francês Emmanuel Macron, o indiano Narendra Modi e o britânico Boris Johnson, por exemplo, fizeram questão de estar presentes. Assim como a alemã Angela Merkel, que se despede da cúpula.
Nesse ano, a agenda de discussões está voltada para três temas básicos, a recuperação econômica dos países depois que pandemia da Covid passar, os cuidados com a saúde global e as mudanças climáticas do planeta. Aliás, em Glasglow, na Escócia, começa na terça-feira a CPO26, conferência da ONU com foco voltado também para o agravamento do clima da Terra. O Brasil, muito provavelmente, será alvo de críticas por conta do tratamento que o governo dá à questão do meio-ambiente. Bolsonaro já mandou dizer que não irá, por questões de agenda. Deve ter algo mais importante para fazer, talvez alguma motociata marcada com seus apoiadores.
Antes de retornar a Brasília, Jair Bolsonaro irá à cidade de seus ancestrais, Anguillara Veneta, conhecida como um dos berços da direita italiana. Vai ser homenageado pela prefeitura local. De lá, seguirá para Pistoia, onde visitará o monumento aos soldados brasileiros que morreram nas batalhas da Segunda Guerra Mundial.