Há 519 anos, em 22 de abril de 1500, o navegador português Pedro Álvares Cabral ancorava as caravelas de sua esquadra no litoral da Bahia. Era o descobrimento do Brasil.
—
Eu queria que “Poder, Glória e Solidão”, livro sobre a política brasileira, tivesse como folha de guarda uma imagem surpreendente, que soasse inédita, mesmo se fosse antiga. Achei que a foto do túmulo do nosso dileto Pedro Álvares Cabral era a adequada. Afinal, o navegador de certa forma representa a gênese do tema que abordo em minha publicação, editada em 2002.
Por ser Cabral um personagem importante no Brasil, imaginei ser famoso também em sua terra natal, Portugal. Mal desembarquei no aeroporto Portela de Sacavém, em Lisboa, parti para Santarém. Ao chegar à antiga Igreja da Graça, tive a maior decepção. Ao contrário de encontrar um suntuoso mausoléu, deparei-me com um sepulcro sem nenhuma pompa. Sobre a lápide de mármore do nosso fidalgo descobridor, há uma simples citação.
Informa de maneira secundária que ali jaz Pedro Álvares Cabral, cujos restos mortais lá só estão depositados pelo fato de o navegador ter-se casado, em torno de 1503, com a governanta-mor da infanta Maria, a donzela Isabel de Castro, filha de Dona Constança e Dom Fernando de Noronha, proprietários do jazigo.
Orlando Brito