Alô alô, modernidade

Base Aérea de Brasília, começo da noite de 30 de novembro de 1982, minutos antes do pouso do Air Force One, o avião que trazia Ronald Reagan para uma visita ao Presidente João Figueiredo: jornalistas brasileiros usam e abusam da novidade e da fartura dos telefones vermelhos, com chamadas interurbanas liberadas, espalhados na pista e colocados à sua disposição pelo serviço de imprensa da Casa Branca e do Itamarati.
 
Nada mais moderno naquela época. Era o máximo da telefonia. Show de comunicação. 
 

Interessante como algumas fotografias adquirem características particulares com o passar do tempo, mesmo não sendo nenhuma maravilha em termos de estética. Ao contrário, adquirem valor pelo seu simples conteúdo. É que, em geral, elas fornecem referências de um tempo. Bem o caso dessa aí.

Nesse dia, fiquei reparando a curiosidade dos meus colegas repórteres com tamanha versatilidade de comunicação daquele ano de 1982, quando a Internet era algo inimaginável e a telefonia celular era somente um projeto audacioso. Estávamos todos diante da maravilha que a tecnologia de então nos propiciava. Resolvi fazer um clic para, anos depois, compará-la com o avanço dos tempos.

Jornalistas, setoristas do Palácio Planalto, fazem cobertura de uma cerimônia com a presença do presidente. Todos com notebooks, tablets ou celulares para comunicação em tempo real – Foto Orlando Brito

Passados trinta e tantos anos, vemos que os telefones vermelhos – exemplo de modernidade naquela distante do início da década de 1980 – são hoje artigo bem raro. Para comprar um deles é necessário consultar a Internet. Aliás, como eu disse acima, a Internet praticamente não existia e pode ser hoje acessada por qualquer um dos dez bilhões de aparelhos celulares existentes em todos os recantos do planeta.

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