16 de abril de 1984. Ulysses Guimarães lidera grupo de nomes importantes da política na passeata que arrastou milhares de populares pelas ruas de São Paulo a caminho do grande comício do Vale do Anhangabaú. Histórico comício.
Lembro-me direitinho. Aquela manhã de segunda-feira estava bem à característica paulistana, com garoa e temperatura amena.
Eu viajava Brasil a dentro, fotografando para a revista para a qual eu trabalhava, a Veja, as manifestações do movimento das Diretas. Já havia, aliás, feito cobertura do primeiro comício em São Paulo, três meses antes, na Praça da Sé.
Essa caminhada, porém, vinha carregada de muito significado porque consolidava a presença do povo nas ruas. Os organizadores da marcha tinham também o objetivo de colocar líderes democratas na linha de frente para assegurar destaque no noticiário da imprensa.
Relembrando a História: nessa época aí da foto o Brasil era governado pelo general João Figueiredo, último presidente do regime militar, escolhido pelo sistema de voto indireto no colégio eleitoral. Agora em 2018, portanto 34 anos após essa passeata, um número aproximado de 147 milhões de brasileiros iremos às urnas eleger novo presidente da República.
Veja que interessante curiosidade essa foto contem, repare nos personagens que aparecem segurando a faixa do Diretas-Já, a partir da esquerda: Leonel Brizola, Mário Covas, Ulysses Guimarães e dona Mora, Tancredo Neves, dona Lucy e o marido Franco Montoro. Todos já falecidos. E mais, o único desse grupo que lutava pela causa das eleições diretas a ser premiado pelo destino foi Fernando Henrique Cardoso – o último no canto direito. Foi eleito presidente em 1994 e reeleito em 1998.
Orlando Brito