44 dos 72 senadores presentes à sessão devolveram ao senador mineiro Aécio Neves o mandato parlamentar, do qual foi afastado pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal no mês passado. Essa questão gerou grande crise entre os poderes Executivo e Judiciário e, na revisão da punição, o plenário STF transferiu a decisão ao Senado Federal.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, então colocou em votação, mesmo com a ausência de onze senadores que estão em viagem para o Exterior. Ontem pela manhã, Aécio, enviou aos seu colegas parlamentares uma carta reiterando que não cometeu nenhum crime e pediu que esses considerassem sua inocência.
Três senadores deixaram o hospital para não deixar de votar. Romero Jucá veio de São Paulo, onde se recupera de uma diverticulite. E o próprio líder do PSDB, Paulo Bauer, chegou de ambulância ao Senado e, no plenário, auxiliado pelo atual presidente do partido, Tasso Jereissati, votar a favor de Aécio Neves, acompanhado de um médico. Ronaldo Caiado, que caiu de um cavalo em sua fazenda em Goiás, também deixou a enfermaria para dar seu voto.
Tasso Jereissati defendeu, seu colega de partido, ressaltando que embora reconheça erros na atitude de Aécio, não podia concordar com uma punição sem condenação. Já o senador da oposição, Randolfe Rodrigues, disse que a decisão do plenário da Casa pode significar “um caminho para a impunidade”.