Nessa quarta-feira, o empresário Luciano Hang, dono da rede lojas de eletrodomésticos Havan, irá depor à CPI da Pandemia. Ele é considerado um dos maiores defensores do chamado “tratamento precoce” para pacientes acometidos pela Covid. Foi convocado pelos senadores, após a denúncia entregue aos parlamentares segundo as quais, é também um dos principais incentivadores do protocolo não reconhecido como eficaz para combater o coronavírus.
Segundo o dossiê fornecido à Comissão, a ingestão do tal “kit covid” pelos pacientes levou vários deles a óbito. Entre os mortos estão, por exemplo, o médico Anthony Wong e a senhora Regina Hang, mãe do empresário Luciano da Havan.
Nessa terça-feira, a advogada Bruna Morato compareceu à Comissão represetando 12 de médicos da Prevent Senior. Ela disse que a operadora de saúde forçava os médicos a prescreverem o denominado tratamento precoce aos pacientes sem conhecimento deles, internos, e nem de seus parentes. E ainda, de obrigar a modificação nos laudos mortuários a verdadeira causa do falecimento dos vitimados pela Covid. Depoimento considerado devastador, impressionante.
Segundo a advogada Bruna Morato, a Prevent Senior tinha um elo com o gabinete do ódio, sediado no Palácio do Planalto, e o ministério da Economia, uma espécie de pacto negacionista para testes nos quais os pacientes eram cobaias que recebiam medicamentos como hidroxicloroqauina e ivermectina. A justiticativa era que a economia do país não podia parar, de forma que as pessoas pudessem circular pelas ruas sem o temor de contaminação e a certeza do tratamento. Ou seja, reforçar a tese de Jair Biolsonaro contra o lockdown. Ela destaca que os plantonistas não tinham autonomia para ministrar suas próprias receitas a não ser o tal coquetel de eficácia não comprovada cientificamente.
Luciano Hang divulgou nas redes sociais um vídeo em que ironiza sua presença, nesta quarta-feira, na CPI. Exibe uma algema presa a um dos braços e, ao fundo a imagem do dia em que desceu a rampa do Planalto ao lado de Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes. Na gravação — em defesa do tratamento com o protocolo em questão e referindo-se ao falecimento da mãe dele — o empresário diz: —Não podemos cuidar de quem morreu, mas podemos cuidar de quem está vivo. Tome a decisão acertada. Eu me cobro hoje que eu poderia ter salvado a minha mãe, de repente, se eu tivesse feito o preventivo, será que nós não poderíamos ter feito isso? E agora eu fico me perguntando, e se eu tivesse feito, será que ela não estaria viva?.