Transição é tradição. Todo governo que termina transfere todas as informações sobre a situação do de cada órgão da administração do Estado para aquele que chega. A equipe de ministros que se despede tem reuniões com o novo corpo governamental que em breve assumirá o comando da República para dar conhecimento conhecimento da situação de cada setor da União até em então sob seu poder. Exemplo disto é o que temos agora com a saída do presidente Michel Temer para o eleito Jair Bolsonaro.
E não foi diferente há exatos 16 anos, quando Fernando Henrique Cardoso cumpria o fim de seus dois mandatos à frente do Palácio do Planalto e se preparava para transferir a faixa presidencial ao seu sucessor recém eleito, Luís Inácio Lula da Silva.
O governo que saía delegou ao seu ministro da Fazenda, Pedro Malan, a tarefa de passar ao pessoal do governo que chegava os dados sobre projetos em andamento, situação funcional de cada ministério, senhas de acesso e, enfim, tudo que pudesse contribuir para o conhecimento da real situação de cada órgão federal. E quem representava o novo governo era o médico Antonio Palocci, que viria a ocupar o lugar de Malan. E foi no gabinete do Ministério da Fazenda que Malan, no dia 11 de novembro de 2002, recebeu Palocci. Na parede da sala, as fotografias de outros nomes que ocuparam a cadeira de comandante da pasta Economia brasileira.
De lá para cá muita coisa mudou. Pedro Malan, após deixar o governo, foi trabalhar na iniciativa privada. E Antônio Palocci foi ministro da Fazenda de Lula e Chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff. O tempo passou, os governos do PT chegaram ao fim. Palocci foi preso na Operação Lava Jato. Em troca da liberdade, fez delação premiada coma Justiça e atualmente goza o benefício da prisão domiciliar.
Agora, o processo de transição se repete — como sempre no Centro Cultura Bando do Brasil — do governo Michel Temer para o de Jair Bolsonaro, que tomará posse no próximo dia primeiro de janeiro. O Palácio do Planalto destinou vários técnicos e burocratas para o trabalho de transição para o pessoal que chega. O deputado Onyx Lorenzonni, que será ministro da Casa Civil da Presidência, é quem chefia a equipe de transição dos novos governantes.