A surpreendente resposta do Doutor Tancredo a uma pergunta inesperada

Tancredo Neves. Foto Orlando Brito

São muitas as histórias que se contam da rapidez de raciocínio, presença de espírito e perspicácia das famosas raposas da política. Uma dessas raposas era sem dúvida o Doutor Tancredo Neves. Líder respeitado por todos, até mesmo por seus adversários, o tratavam com a reverência de colocar “Doutor” antes do nome.

Doutor Tancredo tinha o perfil típico de homem de tirocínio rápido unido ao bom humor. Era o que se denomina mineiro clássico. Desconfiado, dissimulado, discreto e incapaz de dirigir a quem quer que fosse uma palavra rude.

Conversando dia desses com colegas jornalistas, a querida Wanda Célia relembrou uma dessas passagens inesquecíveis cujo personagem central, claro, é Doutor Tancredo. O avô de Aécio Neves foi tudo na vida pública. Deputado, senador, ministro, governador. E Presidente, embora não tenha chegado a subir a rampa do Palácio Planalto.

Certa vez, Doutor Tancredo, à época senador por Minas Gerais, saía do plenário e se destinava a seu gabinete, situado em um dos anexos do Senado da República. Quando estava no meio do caminho, o Túnel do Tempo, ouviu uma voz que o chamava com total descontração e a todo som:

– Ei, Tancredo, Tancredo!!! Tancredo, Tancredo…

Era uma jovem repórter recém-chegada à cobertura dos assuntos da política naquele mundão que é o Congresso e, portanto, ainda sem a precisa maneira de como abordar e dirigir-se a cada uma das fontes de notícia naquele cenário de históricos e importantes nomes.

Ao ouvir tão insistente e estridente chamado, Doutor Tancredo parou e aguardou a aproximação da jornalista. Ao chegar até ele, a mocinha disparou:

– E aí Tancredo, você tem alguma novidade?

E ele, com fina ironia e a mesma voz suave que sempre empregava em situações parecidas, respondeu:

– Sim, minha prezada jornalista. A última novidade é essa sua intimidade e descontração comigo.

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