A magistrada Cármen Lúcia Antunes Rocha, 62 anos, assumirá na próxima quarta-feira a presidência do Supremo Tribunal Federal, o STF, em substituição ao ministro Ricardo Lewandowski . Nascida em Montes Claros, no Norte de Minas, será a segunda mulher a tomar assento na principal cadeira da Suprema Corte, precedida pela carioca Ellen Grace Northfleet.
Indicada em 2006 pelo então presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, Cármen Lúcia foi também ministra do Tribunal Superior Eleitoral, no período de 2009 a 2013. Votou pela prisão do deputado Natan Donadon e do senador Delcídio do Amaral. Seu voto virou referência para juristas, políticos e para a sociedade ao afirmar que “Houve um momento que a maioria de nós brasileiros, acreditou, num mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois deparamos com a Ação Penal 470 (o processo do Mensalão) e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: Criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da conclusão que imunidade, impunidade e corrupção…”.
De temperamento austero, é avessa às badalações. Tanto que dispensou a festa de comemoração por sua posse. A cerimônia com certeza será uma das mais concorridas, contará com a presença dos presidentes da República, Michel Temer, do Senado Federal Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, além de vários parlamentares e advogados que militam na área da justiça.
É possível que a ministra Cármen Lúcia mantenha um tradição. A presença de um artista famoso para entoar o Hino Nacional na solenidade de sua posse. Conta-se que o nome escolhido é o do compositor baiano Caetano Veloso. Vale lembrar que quando o ministro Joaquim Barbosa assumiu o cargo, em 2012, o convidado foi Martinho da Vila.