Há um ano, começava a dissipar a crise do diesel, da gasolina, do gás, do etanol, dos caminhoneiros …

Santana do Livramento 23/05/2018 Greve dos Caminhoneiros na fronteira com Brasil/Uruguai. Foto Marcelo Pinto/APlateia

A crise de abastecimento de combustíveis, que atingiu o auge em junho do ano passado, deixou um enorme rastro de prejuízos em inúmeros setores da sociedade. A greve dos caminhoneiros afetou a economia do País, as atividades comerciais, o funcionamento das escolas, o atendimento nos hospitais, levou aflição a milhões de pessoas que dependem de transporte para ir e vir.

O governo federal foi levado a rever a composição do preço do óleo diesel. Na verdade, uma cesta de isenções, acertos com ministros, a Petrobrás e o Congresso. E isto gerou déficit em suas contas com efeito negativo nos cofres públicos estimado em torno de 13 bilhões de reais. A crise se estendeu também para o campo do interesse político, com manifestações de grupos de extrema-direita indo às ruas a pedir intervenção militar nos destinos do País. E ainda, deixou rastilho de morte.

Foto Polícia Rodoviária Federal

Em Rondônia, o motorista José Batistela, de 70 anos, morreu ao receber uma pedrada que quebrou o para-brisa de seu caminhão e o atingiu em cheio quando tentava vencer um piquete de grevistas. De Norte a Sul houve casos idênticos. Várias carretas foram incendiadas, destruídas, vandalizadas, com agressões a seus condutores.

Com a determinação do governo para que as forças federais entrassem em ação, a tensão diminuiu e o clima começa a voltar ao normal, com reflexo na volta do custo de produtos que, por conta da crise, tiveram aumento para os consumidores. Escoltados por soldados do Exército e das polícias, caminhões tanques puderam seguir viagem para resolver o estoques dos postos de gasolina, diesel, gás, etanol. E demais mercadorias. Aliás, o abuso no aumento dos preços revelou que o Brasil está repleto de aproveitadores e oportunistas.

Milhões de toneladas de cargas dos mais variados produtos se deterioraram. Foram cargas vivas, carnes perecíveis, frutas, ração para criações, alimentos para a população, proteína animal e produção de vegetais que iriam abastecer supermercados e armazéns, medicamentos, além de peças de reposição, materiais e serviços igualmente prejudicados. Enfim, uma incalculável variedade de itens.

Caminhoneiros protestam contra preço do diesel na rodovia BR-040, em Duque de Caxias. Fernando Frazão/Agência Brasil

A CNA-Confederação Nacional da Agricultura, por exemplo, estima em cem bilhões de reais os prejuízos que chegam às várias áreas do setor. Por tudo, a Justiça começa a determinar prisão de empresários de cargas, suspeitos de praticar crime de locaute, incentivar greves em seu interesse.

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