365 dias depois do impeachment de Dilma Rousseff

Temer lê o termo de posse como presidente efetivo do Brasil, ao lado de Rodrigo Maia e Renan Calheiros.

Passados 365 dias do impeachment de Dilma Rousseff, algumas mudanças aconteceram no Brasil. Muita coisa, para uns. Pouca, para outros. Michel Temer construiu uma base de apoio ao seu governo no Congresso mais robusta que sua antecessora. Isto lhe garantiu a aprovação de algumas medidas. Por exemplo, parte da reforma trabalhista e da previdência. Na mesma ocasião, aliás, o presidente assinou decreto autorizando as Forças Armadas ocuparem a Esplanda dos Ministérios para conter a ação de vândalos durante manifestações violentas, no mês de maio.

Dilma Rousseff, que completará 70 anos em dezembro, agora divide sua residência entre o Rio de Janeiro e Porto Alegre. Seu ex-marido, Carlos Araújo, faleceu no mês passado. A ex-presidente faz viagens pelo Brasil e para o Exterior para participar de debates, eventos e entrevistas nas quais jamais deixa de dizer que seu impeachment foi injustiça. O PT não abandona em seus discursos a tese de que sua saída foi um golpe. Mas os principais líderes do partido consideram Dilma um momento que ficou para trás em sua história.

Relembrando, Dilma Rousseff perdeu a cadeira de presidente, mas manteve seus direitos políticos. Por isto, alguns de seus fãs torcem para que ela aceite a ideia de candidatar-se a outra cadeira: no Senado ou na Câmara dos Deputados. Segundo consta, há convites de políticos ligados à ex-presidente de vários estados. Do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e Tocantins.

Michel Temer, prestes completar 77 anos, mudou-se com a primeira-dama Marcela e o filho Michelzinho, para o Palácio Alvorada. A família, porém, não adaptou-se à nova residência e preferiu retornar ao Jaburu. O sucessor de Dilma perdeu alguns de seus ministros, como Romero Jucá e Geddel Vieira Lima. Temer sofreu uma denúncia feita pelo Procurador-Geral da República Rodrigo Janot. Pedia seu afastamento da Presidência, em decorrência das gravações feitas pelo empresário Joesley Batista, dono do Grupo JBS. Mas o processo foi derrubado pelo plenário da Câmara. Há expectativas de outra mais, antes da saída de Janot da PGR, em breves dias.

Hoje, Michel Temer está em viagem oficial à China. Participa da reunião do Brics, grupo de interesse de comércio internacional, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Ao deixar a presidência do Senado, Renan Calheiros assumiu da liderança do PMDB. Em seguida, entrou em rota de colisão com o Planalto e hoje faz campanha para sua reeleição em Alagoas na caravana de Lula pelo Nordeste. O então presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Câmara, que admitiu o processo de impeachment contra Dilma, hoje está preso em Curitiba, condenado por processos de corrupção a cargo da Operação-Lava-Jato.

Com a queda de Eduardo Cunha, outro deputado carioca, Rodrigo Maia, do DEM, ganhou a eleição para sucedê-lo. Os conhecedores da seara do poder dizem que recaíram sobre os ombros de Rodrigo tantos momentos difíceis e tantas crises nesse período que, em três meses, amadureceu 30 anos. Na ausência de Michel Temer, viajando para o Exterior, Rodrigo Maia ocupa a cadeira presidencial.

Deixe seu comentário