A propósito da retomada dos trabalhos no Congresso, o fim do recesso parlamentar, há cinco anos, o plenário da Câmara estava repleto de deputados para um objetivo: eleger o novo presidente da Casa, em substituição potiguar peemedebista Henrique Eduardo Alves. O vencedor foi Eduardo Cunha, do Rio de Janeiro, teve 267 votos. Seus concorrentes, Arlindo Chinaglia, 136; Júlio Delgado 100 e Chico Alencar, 8.
De lá para cá muita coisa aconteceu na vida do País. Depois que assumiu a principal cadeira da Câmara Federal, Eduardo Cunha aceitou o pedido de impeachment da então presidente da República Dilma Rousseff. Ela acabou perdendo o mandato em 31 de agosto de 2016, após longo e turbulento processo. O Palácio do Planalto agora tem à frente o ex-deputado Jair Bolsonaro, que votara pela cassação de Dilma.
Henrique Eduardo Alves esteve preso por corrupção ativa e passiva e lavagem dinheiro na construção da Arena das Dunas, o estádio de Natal, onde aconteceram os jogos da Copa de 2014 no Rio Grande do Norte. Outros grandes nomes da política também acabaram processados pela Justiça, como o ex-presidente Lula, agora em liberdade, após 580 dias recolhido na sede Polícia Federal de Curitiba.
O próprio Cunha também teve destino que muita gente já previa. Após longo e também atribulado processo, foi afastado da presidência da Câmara por determinação do Supremo. Foi levado a renunciar ao cargo, teve o mandato parlamentar cassado por seus colegas deputados e, por fim, foi condenado em processos da Operação Lava-Jato, por participação em atos de corrupção. Hoje, está preso em Curitiba.
E o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavaski, que pediu o afastamento de Eduardo Cunha, morreu em um desastre aéreo na Baía de Angra dos Reis, há três anos.