Não é de agora a história de parlamentares votarem de maneira contrária à orientação de seus partidos na hora do “sim” ou “não” quando se trata de reforma da previdência quando esta chega para definição no Congresso.
Na semana passada, a jovem deputada Tábata Amaral, eleita pelo PDT de São Paulo, rompeu com o fechamento de questão de seu partido e votou pela aprovação do projeto da Nova Previdência enviada à Câmara pelo governo Bolsonaro.
O fato gerou forte reação dos caciques do PTD, principalmente de Ciro Gomes, que pede a expulsão de Tábata do partido. Também a comissão de ética do PSB se reuniu para tomar a mesma medida quanto aos parlamentares de sua bancada em idêntica situação.
Em dezembro de 2003, o Congresso também discutia as bases da reforma previdenciária elaborada pela equipe econômica do então presidente Lula, a Proposta de Emenda à Constiuição/PEC-40. Para surpresa e desagrado do PT, três estrelas do partido foram às ruas para criticar o projeto: a senadora Helosia Helena e os deputados Babá e Luciana Genro.
Considerados radicais pela cúpula do partido, os três acabaram expulsos do PT. Foi quando então Heloisa Helena se movimentou para fundar o PSol. Depois, na sequência de eleições presidenciais, ela — senadora por Alagoas –, Luciana Genro e também Ciro Gomes candidataram-se ao Palácio do Planalto.
Agora, 16 anos depois, o tema indisciplina e infidelidade partidária volta à cena, dessa vez contra Tábata Amaral. O presidente do PSDB, Bruno Araújo, e um dos líderes do PSL, o deputado Alexandre Frota já disseram que seus partidos estão de braços abertos para recebê-la.