A queda da inflação de novembro para níveis abaixo do que esperado pelo governo ocorreu mais pela queda dos preços do feijão, tomate e batata, os vilões dos aumentos.
Outra surpresa foi a deflação de artigos de residência, em função das promoções antecipadas de eletrodomésticos para este fim de ano.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 0,26% em outubro para 0,18% em novembro. No acumulado de 12 meses ficou em 6,99% ante os 7,87% do mês anterior.
Isso permite dizer que o Banco Central vai reduzir mais os juros, em função da queda da inflação sustentada nos alimentos e efeito sazonal das vendas de fim de ano? Não, prezado leitor.
Os alimentos que estão caindo de preço são de ciclos de produção influenciados pelo clima. Qualquer seca ou excesso de chuva pode frustrar a produção com impactos de preços.
Existem ainda alguns preços, como de gasolina e diesel, que tiveram aumentos. Isso pode ter um impacto grande nos custos da economia com reflexos sobre a inflação, sem falar da área de serviços.
De qualquer forma a queda destes preços contribui, neste momento, para consolidar a confiança da autoridade monetária de que a queda dos juros veio para ficar. A população também poderá consumir um pouco mais destes alimentos sem isso alimente a inflação.