A projeção feita hoje por instituições financeiras de queda da inflação é um indicativo de que elas estão apostando na eficácia da atual política monetária do Banco Central (BC) e que há mais espaços para redução das taxas de juros no futuro.
A crença dos bancos ajuda a melhorar as expectativas do governo para aprovar a PEC de controle de gasto público e concluir a operação de arrecadação de recursos de repatriação, fundamentais para o ajuste fiscal.
A pesquisa Focus do BC junto aos bancos, indicando um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,89% para 2016, surpreendeu a equipe econômica, que trabalha com uma previsão de inflação próxima de 7%.
Para 2017, foi feita a revisão da inflação de 5,04% para 5%. As projeções, no entanto, ultrapassam o centro da meta, que é 4,5%. O teto da meta para este ano é de 6,5%, e para 2017, de 6%.
A inflação, segundo os bancos, deve ceder devido aos efeitos do processo recessivo em curso, que tira emprego e poder de compra dos consumidores e os efeitos restritivos do crédito e das taxas de juros administrados pelo BC.
No entanto, tudo vai depender daqui para a frente do comportamento dos preços livres, especialmente de serviços e das tarifas públicas, assim como os alimentos no atacado e varejo.