A primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, com o presidente Michel Temer agradou as personalidades do mundo empresarial, acadêmico e social. A impressão dos integrantes é que tiveram a oportunidade de falar mais do que ouvir, ao contrário do que ocorria no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Como é normal em encontros como estes, os conselheiros discutem e sugerem soluções nos grupos formais de trabalho, mas também informalmente às autoridades.
A presidente da rede de lojas Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, pediu ao presidente e aos ministros medidas que reduzam a burocracia para simplificar a atividade empresarial e reduzir custos. “Queria colocar um foco muito grande em simplificar o Brasil. Tem empresas que têm 10% de custo só nisso”, disse na reunião, referindo-se aos problemas da burocracia.
Luiza Helena Trajano, no entanto, em conversa no corredor do segundo andar do Palácio, pediu ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criasse de uma linha de crédito para o setor varejista a fim de estimular o consumo. Chegou a reclamar da atual política de crédito de varejo do Banco do Brasil. Padilha se limitou a ouvir a demanda, mas concordou com a importância do varejo no aquecimento do consumo.
Já Jorge Lemann, um dos maiores empresários do país, foi muito econômico com as palavras. Deu apenas contribuições sobre ambiente de negócios, desburocratização e educação ao grupo de trabalho integrado pelo empresário João Carlos Marchesan, o economista José Roberto Afonso, a juíza Eliana Calmon e a educadora Viana Senna, entre outros.