Nos meses de maio e junho de 2016, a única estatal do país a obter lucro foi a Itaipu Binacional, uma indicação da grave crise de gestão destas empresas públicas.
A Itaipu Binacional, presidida pelo paranaense Rodrigo Rocha Loures, que assumiu no lugar do petista Jorge Sameck em meados de maio, apurou entre maio e junho um resultado primário de R$ 2,575 bilhões, todo consumido para cobrir o déficit de R$ 2,572 bilhões do conjunto das demais estatais, excluídas a Petrobras e a Eletrobras.
No ultimo bimestre as estatais tiveram um desempenho neutro, mas de janeiro a junho deste ano acumularam um superávit primário de R$ 3,3 bilhões. O governo acredita que este quadro vai piorar, devido ao crescimento maior das despesas do que das receitas. As estatais devem terminar o ano com déficit da mesma magnitude do superávit atual.
Embora a Itaipu seja uma empresa do Brasil e do Paraguai, tendo uma natureza jurídica não sujeita aos sistemas de controle brasileiros, seus dados são considerados na meta consolidada das estatais, devido à co-responsabilidade da União na liquidação de suas dívidas.
O Tesouro Nacional assumiu toda a dívida externa de construção da Itaipu, inclusive da parte do Paraguai. Agora a Itaipu paga juros e faz amortização desta dívida ao Tesouro, que no último bimestre foi de R$ 1,8 bilhão. Uma importante receita que pode ajudar a melhorar as contas do Tesouro nesta época de escassez de recursos.