IPEA indica recuperação disseminada da produção industrial

ipea02
Material produzido pelo IPEA

O Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) constata o inicio de um processo disseminado de recuperação da produção industrial nos últimos meses, consequência da desvalorização do real que deu competitividade às exportações do país.

Já o mercado interno continua andando de lado por conta dos 12 milhões de desempregados, queda da renda, elevado nível de dívidas das famílias e queda do consumo.

Para os economistas Claudio Hamilton Matos dos Santos e Leonardo Mello de Carvalho, do IPEA, se mantida a atual tendência de produção de 22 setores industriais pesquisados, como setor têxtil, máquinas agrícolas, bens intermediários, será possível uma recuperação gradual dos empregos no final do ano, além do início da reação do consumo doméstico.

Um outro fato que pode ampliar a produção industrial é o nível em queda dos estoques de mercadorias no atacado. Isso sem falar que no segundo semestre as indústrias precisam produzir um volume maior para atender o fluxo de consumo e para as festas de fim de ano.

Mello de Carvalho, no entanto, faz duas advertências: é preciso atentar ao risco de uma inflação de serviços que não cede mesmo em um quadro recessivo e à possível frustração das atuais medidas de controle fiscal, especialmente do déficit da Previdência Social.

A recuperação do consumo interno será fundamental para o crescimento da economia em 2017. Na composição do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado no último trimestre de queda, a economia interna encolheu 5,9%. O PIB acabou caindo 3,8% em função do crescimento do setor exportador de 2,1% do PIB.

Quando o foco é feito apenas sobre este setor industrial, sustentado pelo comércio externo, dá para ver que teve um crescimento de 1,2% do PIB comparado com o trimestre anterior.

 

 

Deixe seu comentário
Artigo anteriorCarmén Lúcia pode melhorar a sintonia entre a Justiça e a sociedade
Próximo artigoJoão Cabral de Melo Neto, poeta e diplomata
Formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com pós graduação em jornalismo econômico pela Faculdade de Economia e Administração(FAE) de Curitiba/PR. Repórter especializado em finanças públicas e macroeconomia, com passagens pela Gazeta Mercantil, Folha de São Paulo e Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Participou da cobertura de formulação e implementação de todos os planos econômicos do país deste o Plano Cruzado, em 1985, ao plano Real, de 1994. Sempre atuou na cobertura diárias das decisões de política econômica dos Ministério do Planejamento, Fazenda e Banco Central. Experiência em grandes coberturas de finanças como das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional(FMI), do Banco Mundial(BIRD) e Banco Interamericano de Desenvolvimento(BID).