A equipe econômica ainda não entendeu a natureza da trava de investimentos de diversos setores da economia em agosto, depois de sinais de crescimento em junho e julho. Tudo indica que seja um reflexo do processo de impeachment na tomada de decisão de investir ou um efeito do ajuste cambial e dos níveis de estoques das indústrias.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou hoje que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em agosto teve queda de 2,8% em relação a julho.
É o segundo recuo consecutivo deste indicador de investimentos, devolvendo parte do forte crescimento verificado em junho, quando o indicador registrou alta de 8,2%. O pior é que, devido ao efeito estatístico destes resultados, mesmo um crescimento próximo a zero em setembro resultará em uma queda de 3,1% no terceiro trimestre do ano.
Apesar disso, o indicador de formação bruta de capital acumula nos oito primeiros meses de 2015 um crescimento de 1,4%.
A queda do investimento em agosto deve-se na sua maior parte à retração do consumo de máquinas e equipamentos da indústria de construção civil.