Henrique Meirelles quer manter a lei de repatriação na Câmara do jeito que está

Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, os secretários de Gestão de Políticas Econômicas e de Gastos Públicos, Carlos Hamilton de Araújo e Mansueto Almeida. Foto Orlando Brito

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deixou claro inúmeras vezes que prefere ficar fora da discussão no Congresso sobre a alteração no projeto de repatriação dos recursos de brasileiros no exterior não declarados à Receita Federal.

Ontem o secretário da Receita, Jorge Rachid, passou ao presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, a posição clara e definitiva da Fazenda de que não está de acordo com o atual projeto que tramita no Congresso. A cobrança dos 15% de Imposto de Renda e 15% de multa é a fotografia do saldo das aplicações em dezembro de 2014.

Rachid também disse que é importante manter o prazo de 31 de outubro de 2016 para adesão aos benefícios. O único pedido feito a Maia é de que, na hipótese dos parlamentares fazerem alterações no projeto inicial, o novo prazo de adesão não seja superior a 16 de novembro de 2016, para viabilizar a cobrança dos impostos.

A Fazenda conta com cerca de R$ 25 bilhões de arrecadação com a repatriação. Uma parcela deste bolo, 25% da arrecadação que corresponde aos 15% do Imposto de Renda (IR), vão fica com os estados, que este ano enfrentam dificuldades de caixa para fechar as contas, especialmente os do Nordeste.

O estresse de ontem na Câmara sobre a necessidade de mudanças no texto do projeto, segundo fontes da Fazenda, deve-se a divergências de ordem política, especialmente entre o líder do governo André Moura e Rodrigo Maia.

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Formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com pós graduação em jornalismo econômico pela Faculdade de Economia e Administração(FAE) de Curitiba/PR. Repórter especializado em finanças públicas e macroeconomia, com passagens pela Gazeta Mercantil, Folha de São Paulo e Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Participou da cobertura de formulação e implementação de todos os planos econômicos do país deste o Plano Cruzado, em 1985, ao plano Real, de 1994. Sempre atuou na cobertura diárias das decisões de política econômica dos Ministério do Planejamento, Fazenda e Banco Central. Experiência em grandes coberturas de finanças como das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional(FMI), do Banco Mundial(BIRD) e Banco Interamericano de Desenvolvimento(BID).