Neste ano, o samba-enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense faz criticas a produtores rurais que usam defensivos agrícolas e destroem a natureza. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) não gostou e partiu para o ataque.
“Trata-se de preconceito que leva à cegueira. A agropecuária brasileira, hoje, é respeitada e invejada no mundo inteiro. Quantos países gostariam de ter a produção e a produtividade que nós temos”, disse hoje o novo presidente da FPA, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), em nota da entidade.
O samba-enredo “Xingu – O Clamor que Vem da Floresta” faz uma homenagem ao Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, e, segundo a FPA, insinua que a destruição da natureza está ligada à produção do agronegócio. Entre as alas estão os “Fazendeiros e Seus Agrotóxicos” e as “Pragas e Doenças”. O samba também fala que “o belo monstro rouba as terras dos seus filhos, devora as matas e seca os rios”.
“A mensagem que passam é a de que o produtor rural não está preocupado com a saúde da população, o que é um absurdo. Somos severamente fiscalizados e cumprimos as regras estabelecidas. Nossa produção é exportada para todos os continentes do mundo. E os países importadores não comprariam nossos produtos se eles não fossem rigorosamente certificados”, disse Leitão.
Atualização [17:36]: Um dos membros da FPA, o senador Ronaldo Caiado, já quer realizar uma sessão temática em plenário para discutir o assunto. Enquanto isso, o site da FPA também exibe uma nota de repúdio ao enredo, um poema com o título “Tola Imperatriz!!!” e uma crítica do jornal O Globo aos sambas-enredo do ano, que faz uma avaliação negativa do enredo polêmico.
Parece que a Imperatriz realmente incomodou.