A fritura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, embasada na lentidão da retomada do crescimento, vem mais daqueles no Planalto que acreditavam que a substituição de Dilma Rousseff por Michel Temer alteraria por si só as expectativas no mercado.
O plano de ajuste fiscal de Meirelles que prevê controle de gastos, reforma da previdência, ajuste na legislação trabalhista e combate à inflação tem o apoio do PSDB. A contestação feita pelo economista do PSDB, Armínio Fraga, é sobre a velocidade destes ajustes, para que a economia já comece a crescer.
Isso não significa que o PSDB está querendo assumir o comando da economia, até porque não teria como fazer diferente neste momento. Neste contexto, ao cobrar agilidade, está ajudando Meirelles.
“A reação da equipe deveria ser mais rápida e mais dura. Foi um erro estratégico começar com um teto que gerou tanto desgaste e depende de outras medidas. Há pouco tempo, o governo falava em mandar a reforma da Previdência no ano que vem. Nós não temos esse tempo. O PIB continua em queda, o nível de desemprego aumentando. É preciso estancar a crise”, disse a Os Divergentes Selene Peres Peres Nunes, servidora licenciada do Tesouro Nacional.
Para ela o governo deveria propor, e logo, a reforma da Previdência, a reforma tributária, a reforma trabalhista, rever todas as isenções de impostos, reduzir cargos em comissão e fazer um programa de privatização para reduzir o estoque da dívida.
“A trajetória da dívida é exponencial, explosiva, e estamos sendo engolidos pela despesa com juros. A redução da taxa de juros pelo Banco Central foi tímida, em virtude das incertezas do cenário externo e da falta de ajuste fiscal. Então, penso que o Armínio está certo em cobrar do governo uma ação mais rápida e efetiva”, disse Selene.