Equipe econômica de Temer depende de ajuste fiscal para ampliar demanda agregada

Henrique Meirelles, Ministério da Fazenda. Foto Orlando Brito

O governo de Michel Temer começa hoje com o pé direito na economia, com reações iniciais positivas dos agentes econômicos do mercado financeiro e setor produtivo, mas estará correndo contra o tempo para produzir resultados.

Michel Temer acertou na mão na escolha de Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda pelo seu conhecimento em finanças e capacidade de formar e gerir equipes de alto rendimento.

Meirelles conseguiu trazer para o governo profissionais qualificados e respeitados no mercado para uma operação emergencial de colocar as contas públicas em ordem a fim a tirar o país da recessão com inflação descontrolada.

O foco das preocupações desta equipe econômica é a reorganização das contas públicas. A maior parte das medidas já estão no Congresso, como critérios para crescimento da dívida, desvinculação de receitas, cortes de despesas. Mas outras serão exigidas, como reforma da previdência e o fim da indexação de alguns gastos. Todas são medidas impopulares.

O que se espera com isso é formar uma poupança pública que possa fazer frente as despesas do Tesouro Nacional  com juros e gerar um excedente para novos investimentos. Os primeiros efeitos para fazer a roda da economia girar novamente podem levar uns seis meses.

A atual equipe econômica sabe que para sair desta recessão precisar ampliar a demanda agregada da economia, que pode ser feita com investimentos públicos ou privados.

O orçamento da União de 2016 está com déficit estimado de R$ 96 bilhões. O governo Temer precisa cortar gastos de custeio da máquina para investir em estradas, portos, aeroportos que tem efeito multiplicar na economia. É uma medida que amplia a demanda agregada da economia e que pode estar potencializada com investimentos do setor privado. Isso, sem falar da importância de queda de juros – o que já está no  horizonte do Banco Central-  para estimular  investimento e o crédito. Hoje, com juros de 14,5%, são poucas as atividades da economia real que rende mais. Os que tem dinheiro preferem deixar aplicado no banco.

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