A elevada rigidez legal de gastos do Orçamento com exigência de aplicações mínimas, os problemas de gestão da administração pública e a falta de transparência explicam a crise fiscal da União, estados e municípios.
O princípio básico de que é preciso economizar na bonança para ter reservas na época das vacas magras tornou-se inviável devido à exigência de rigidez fiscal. Em função disso, quando mais se arrecada, maior é o gasto com despesas obrigatórias. O administrador não tem margem para fazer economia para enfrentar épocas de baixa arrecadação como a atual.
O impacto do chamado ciclo político no orçamento voltou com todo o peso em 2014 nas eleições para presidente e governadores. Mesmo com o país dando sinais de queda de atividade econômica, foram feitos gastos sem lastros financeiros, um clássico uso da máquina administrativa.
A equipe do ministro Henrique Meirelles, que vem contando com o apoio dos funcionários de carreira do Ministério da Fazenda, está empenhada em adotar medidas administrativas para impedir estas práticas pouco republicanas e fazer uma gestão de riscos fiscais mais eficiente e com menos incertezas.
Se a solução da crise fiscal virá por melhores práticas de gestão, a melhor maneira seria elevar ao máximo a transparência da administração pública para que o cidadão esteja informado e possa influir nas decisões dos governantes.